Portal DCivismo - Hino à Bandeira Nacional


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Música: Francisco Braga Letra: Olavo Bilac
Salve, lindo pendão da esperança
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença á lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito
juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.

Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito
juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.

Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito
juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.

Sobre a imensa nação brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da justiça e do amor!

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito
juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.

 

Breve história da Bandeira Brasileira
e um lado havia um grande desconforto em relação ao regime imperial no Brasil. De outro havia o positivismo, uma corrente de pensamento fundada na França por Auguste Comte (1798-1857) que foi mais que um sistema filosófico, trouxe uma nova concepção do mundo, uma nova classificação das ciências e um programa político de construção. Apesar de afirmar que o método científico é o único válido para se chegar ao conhecimento, acabou exercendo um fascínio muito mais próximo da religião, tendo excelente penetração em muitos países, sobretudo no Brasil. Neste cenário, do fim do século XIX, surgiu a nova bandeira republicana.

Um reino por uma bandeira

A república instalou-se rápido. De 15 de novembro de 1889 bastariam 15 meses para ser aceita em praticamente todo o país. Interrompendo por quatro dias a seqüência entre a bandeira imperial de 1822 e a republicana de 1889 surgiu, por meios não oficiais, aquela que ficaria conhecida como "Bandeira Provisória da República".

Possuía treze listras alternadas com duas cores e uma cantoneira com estrelas em número equivalente aos Estados Federados. Uma "cópia servil do pavilhão da república norte-americana", segundo declarou o escritor positivista Miguel Lemos (1854-1917). Esta bandeira nem chegou a ser utilizada pelas Forças Armadas, e mesmo sem originalidade, ao conservar o verde e amarelo das cores imperiais, manteve aproximação com o regime a qual acabavam de romper.

O projeto de Teixeira Mendes

Uma nova bandeira republicana foi idealizada por Raimundo Teixeira Mendes, com a colaboração de Miguel Lemos e do Professor catedrático em Astronomia Manuel Pereira Reis, sendo o desenho executado por Décio Vilares. Eles insistiram numa "fuga positivista a qualquer imitação norte-americana", preferindo fixar-se na França. A divisa "Ordem e Progresso" por si só já lembraria a França, sua origem foi o lema positivista de Auguste Comte: "o amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim".

Para atrair a simpatia - e garantir aprovação - Teixeira Mendes e Miguel Lemos pretendiam fazer entender que o criador da bandeira havia sido o General Benjamim Constant (1836-1891). Mas ele foi pouco mais que um intermediário entre os autores do projeto e o Governo Provisório. Constant apenas sugeriu destacar a constelação do Cruzeiro do Esfera da banderia republicana de 19 de novembro de 1889.Sul na bandeira, o que foi feito.

O Decreto No 4, de 19 de novembro de 1889, estabeleceu as diretrizes para a nova bandeira, armas e selos nacionais. A primeira bandeira republicana foi bordada por D. Flora Simas de Carvalho.

Para entender a bandeira

A bandeira republicana afinal não rompeu definitivamente com o Império. O retângulo e o losango permaneceram e com as mesmas tonalidades da bandeira imperial. O círculo central em azul, no decreto simplesmente definido como "esfera", é um antigo emblema usado pelos romanos e que também aparece na bandeira do Principado do Brasil instituída por D. João IV, onde já constava, inclusive, a faixa branca no sentido descendente, (figura acima). Tal faixa conferiu ao círculo a perspectiva esférica e permitiu a inscrição da legenda "Ordem e Progresso".

 

Juvenil ou varonil?
Juvenil ou varonil ? Esta é a dúvida que todo ano surge acerca da letra do Hino à Bandeira, haja vista circularem versões contendo as duas expressões.

Em face do problema, foi empreendida uma pesquisa junto à Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, ao Centro de Documentação do Exército e à própria biblioteca do Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEX).

O Hino à Bandeira surgiu de um pedido feito pelo Prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, ao poeta Olavo Bilac para que compusesse um poema em homenagem à Bandeira, encarregando o professor Francisco Braga, da Escola Nacional de Música, de criar uma melodia apropriada à letra. Em 1906, o hino foi adotado pela prefeitura, passando, desde então, a ser cantado em todas as escolas do Rio de Janeiro. Aos poucos, sua execução estendeu-se às corporações militares e às demais unidades da Federação, transformando-se, extra-oficialmente, no Hino à Bandeira Nacional, conhecido de todos os brasileiros.

O Boletim do 1º Trimestre de 1906 da Intendência Municipal, publicado pela Diretoria Geral de Polícia Administrativa, Arquivo e Estatística, da Prefeitura do Rio de Janeiro, apresenta a letra e a partitura do Hino à Bandeira, como resultado das gestões de Francisco Pereira Passos. Nessa publicação — a mais antiga dentre as levantadas — aparece a palavra juvenil.

A 2ª edição do livro "A Bandeira do Brasil", de Raimundo Olavo Coimbra, publicada em 1979 pelo IBGE, em sua página 505, publica o hino com a palavra juvenil no estribilho.

Não existe nenhum ato oficial do governo federal adotando ou modificando a letra do Hino à Bandeira.

Diante do acima exposto, o CCOMSEX decidiu publicar no NE a versão do Hino à Bandeira que contém a palavra juvenil no estribilho, uma vez que assim consta na publicação mais antiga do hino que se tem notícia e considerando, ainda, a inexistência de qualquer ato oficial do governo federal acerca do assunto. Levou-se em consideração, finalmente, a participação de organizações militares (OM) nas cerimônias de culto à Bandeira em praças públicas. Esses eventos, mediante incentivo de nossas OM, vêm contando com presença significativa de estabelecimentos de ensino civis, onde vigora a versão do hino com a expressão juvenil no estribilho, havendo, portanto, a necessidade de uniformizar o canto do Hino à Bandeira entre civis e militares.

Mais detalhes sobre o Hino à Bandeira podem ser encontrados nas seguintes publicações:

  • Enciclopédia de Educação Moral, Cívica e Política, de Douglas Michalany e Ciro de Moura Ramos, Editora Michalany, ano de 1973
  • História de Nossos Hinos, de Décio Leal Pereira de Souza, Biblioteca Nacional, ano de 1991.
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